05/12/2008

SESSÕES TEMÁTICAS 3 E 5 - ORALIDADE

O “alargamento da compreensão a discursos em diferentes variedades do Português, incluindo o Português-padrão” e, o “alargamento da expressão oral em Português-padrão” são metas de desenvolvimento consideradas no Currículo Nacional do Ensino Básico (2001:33-34).
Ao longo destas duas sessões, para além de expormos teorias de diversos autores, nomeadamente, Clara Tavares e Emília Amor, através das suas Didácticas da Língua, recomendámos bibliografia a consultar e, essencialmente, fizemos exercícios práticos para trabalhar a compreensão e a expressão oral em sala de aula.
Transcrevemos alguns dos resultados obtidos com os formandos:
- Pedimos às formandas que retirassem cartas com personagens, locais e objectos e que, a partir delas, criassem uma pequena história;


)

"Era uma vez um coelho que encontrou um anel.
Com medo, foi levá-lo ao castelo do rei.
Os guardas prenderam-no.
Veio a princesa, libertou-o, deu-lhe um beijo, ele voltou a ser príncipe pois, tinha sido enfeitiçado.
Casaram-se e viveram felizes."
(Fátima)
(princesa, palácio, anel, coelho)



"Era uma vez uma princesa que vivia num reino longínquo; com ela, vivia um ratinho que usava óculos e uma bruxa que, afinal era uma fada boa; ao ver que a princesa vivia tão sozinha, a fada desfez o feitiço ao rato; ele transformou-se num príncipe e foram felizes para sempre." (Goreti)
(rato, óculos, bruxa, reino longínquo)

"Era uma noite de Hallowe’en e a lua estava cheia.
Um lobo vagueava pela floresta à beira de uma gruta, ouvia um barulho estranho e uivava… passava das onze horas da noite e… o lobo entrou na gruta, atraído pelo som que ouvia e… pareceu-lhe ver… o DIABO…"
(Eugénia)
(gruta, lobo, diabo,relógio)








A partir de um provérbio, oralmente, inventaram uma "história":

"SOL DE JANEIRO ENTRA EM QUALQUER RIBEIRO… até no de Gimonde.
Em Gimonde há um ribeiro que passa no fundo da aldeia; era lá que antigamente lavavam a roupa; as pessoas também lavavam as tripas dos porcos, aquando da matança.
Foi aqui que um dia encontraram uma menina gelada porque… comeu muitos gelados!!!
Um gelado comido ao sol tem outro sabor, principalmente, se for depois da matança.
Isto é uma festa!"

Visionaram imagens, ordenaram-nas e criaram um "poema":




O Sol brilhava
O passarinho voava
A borboleta pousava nas flores
Enquanto a formiga trabalhava
O sapo observava
O caracol passeava
A menina lavava
E o lagarto corria para a flor…





Leram o poema de Cecília Meireles,do qual retirámos as palavras-chave (desenhos mostrados)que deram origem ao trabalho efectuado pelas formandas:



"Leilão de jardim"
Quem me compra um jardim com flores?
borboletas de muitas cores,
lavadeiras e passarinhos,
ovos verdes e azuis nos ninhos?
Quem me compra este caracol?
Quem me compra um raio de sol?
Um lagarto entre o muro e a hera,
uma estátua de Primavera?
Quem me compra este formigueiro?
E este sapo, que é jardineiro?
E a cigarra e a sua canção?
E o grilinho dentro do chão?
(Este é meu leilão!)


Fizeram diversos jogos de oralidade
Jogaram com competência estratégica e treinaram a memória:
- Solicitámos que decorassem e anotassem o maior nº possível de palavras da lista lida:
"estropício, livro, carro, ardina, crianças, famintos, correr, lamparina, buganvília, aeródromo, arcaico, perífrase, chistoso"
- Demos as mesmas indicações em relação a uma segunda lista:
"prédio, apartamento, porta, átrio, sala-de-estar, , cozinha, casa-de-banho, quarto, varanda, televisor, cortinas, sofás, cadeiras, secretária"

- Propusemos que organizassem as palavras de uma terceira lista, tendo em conta as respectivas categorias:
"semente, poema, futebol, verso, terra, natação, poesia, planta, galinha, fruto, ténis, atletismo, cão, gato, rima, flor, periquito, estrofe, ciclismo, coelho"

Discutimos o papel da memória e dos métodos de estudo na melhoria das aprendizagens.

- Fizemos o jogo do "Passo a palavra":
Escrevemos o alfabeto no quadro, depois fomos dando, por ordem das letras, três pistas/perguntas para adivinharem a resposta correcta, começada por essa letra.

- Disseram um texto à maneira de um tímido/cansado/ de um tripeiro/ de um alentejano7 a rir/ a chorar/ a gritar...
- Efectuaram o jogo "O texto mágico", que consiste em ler um texto que não existe mas, fazendo crer que, de facto, se está a ler um texto.
- Demos imagens para identificarem os intrusos:


- Noutras imagens identificaram disparates:


- Espalhámos pelo chão cerca de dez títulos de histórias tradicionais; fomos narrando histórias seguidas e misturadas, ao mesmo tempo que as formandas iam dizendo de que histórias se tratava.
- Seguindo uma das sugestões de Clara Tavares, mostrámos um objecto - uma coroa - e disseram palavras que pudessem relacionar-se com esse objecto; ouviram a canção "O rei Zangão", duas vezes; a partir da audição, identificaram o tema e as características da personagem principal; fizeram o seu retrato físico e psicológico e elencaram adjectivos para o rei; fornecemos um texto; ouviram de novo e cantaram; recolhemos o texto e fornecemos outro com lacunas a preencherem ao som da música.




Estes foram alguns dos muitos exercícios práticos efectuados nas sessões que visaram a oralidade, com base em autores como: Emília Amor, Clara Tavares, Margarita Recasens, Dulce e Lília Silva e Claúdia Abreu.
Segundo a opinião das formandas, divertiram-se e "aprenderam brincando", coisas muito sérias e profícuas e que, transmitidas desta forma às crianças, farão com que, de facto, desenvolvam a compreensão oral, bem como a expressão oral.

A Formadora: Alexandra Subtil

Sem comentários: